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A água foi um fator determinante na escolha do local onde Tomé de Souza decidiu fundar uma povoação em 1549...
Conhecer as fontes de uma cidade é entender como se desenvolveu o seu processo urbano. Houve tempo em que o fornecimento de água nos lares se fazia de forma diferente da atual, sem canalizá-lo através de sistemas. O exame destes períodos nos permite conhecer melhor a cidade onde vivemos. Conscientiza as pessoas do valor histórico e social que as fontes tiveram no desenvolvimento da cidade do Salvador. Traz à tona a importância destes logradouros no cotidiano de nossos antepassados, de como a água era transportada pelos aguadeiros, escravos e carregadores de ganho, como era utilizada pelas lavadeiras.
Construídas na época do império, as fontes e chafarizes tiveram vida útil por muito tempo. Inertes, algumas corroídas pela ação predatória do homem, as fontes de Salvador, monumentos arquitetônicos de imenso valor histórico-urbanístico, encontram-se parte delas em completo estado de abandono, provando com isto, a falta de determinação de nossos políticos para com um patrimônio histórico e cultural.
A partir do momento em que Salvador passou a ter um sistema de abastecimento de água regular, registrou-se o abandono e a degradação ambiental dos logradouros, com a ocorrência de focos potenciais de contaminação nas suas proximidades. As fontes que tanto contribuíram no passado, na construção de nossa cidade, têm uma importância histórica relevante, a ponto de algumas, serem patrimônio histórico cultural de Salvador. Muitas delas desapareceram, outras se encontram em ruínas.
Em vista disto, faz-se necessário uma tomada de consciência, a fim de preservar as fontes que ainda existem.
Foto: Maria Luiza Rudner
