Descaso com o patrimônio cultural

Por Maria Luiza Rudner *

A má conservação das nossas fontes é um reflexo da atual falta de políticas públicas de preservação do meio ambiente, e de proteção cultural e paisagística. Mas, também deriva das precárias condições de habitabilidade de parte da população pobre de Salvador que é obrigada a utilizar, por exemplo, a Fonte das Pedreiras ou Preguiça, que fica ás margens da Avenida Contorno, bastante freqüentada por alguns moradores que todos os dias estão tomando banho e ou lavando roupas, pois não possuem abastecimento de água em suas casas.

O fato é que a má conservação deste patrimônio gera uma imagem negativa dos lugares em que se situam, além de condenar ao esquecimento futuro, patrimônios tão importantes para a história da cidade do Salvador. Mais do que um objeto, as fontes encarnam, também, valor simbólico. Com isso a população termina fazendo com que as fontes históricas sejam apenas um objeto, não valorizando o que poderia ser mais um ponto turístico da cidade do Salvador.

Data do século XVI, e é uma das mais utilizadas, ainda hoje, pelas pessoas que residem em seu entorno. É também uma das mais antigas. Foi construída em 1585. A fonte integra a área tombada pelo IPHAN do subdistrito de Conceição da Praia. Foi tombada em 1984 e hoje sua fachada encontra-se pichada e com limo, bacia suja, mais conhecida como Fonte da Preguiça porque fica naquela zona da cidade.

Fonte: texto extraído da Monografia - Fontes de Salvador: Apogeu e Decadência, Maria Luiza Rudner
Foto: Maria Luiza Rudner
* Especialista em Desenvolvimento Regional e Planejamento Ambiental, Turismóloga, membro da Oficina de Planejamento Turístico e também atua em projetos que tem como foco aspectos sociais e ambientais.
Contato: (71) 9233-7876 - (71) 8831 5605 e no e-mail (lurudner@gmail.com).