Por Ana Carla Nunes*
Os dicionários de Língua Portuguesa tratam a cultura como um conjunto de costumes, saberes adquiridos e ensinados que marcam a existência dos povos permitindo a manutenção e o registro das diversas sociedades existentes no mundo. Elas são representadas por meio de danças, lutas, tradições, arquitetura, povos e é definida como erudita e popular, mas o conceito pode ser mais complexo. Esta amplitude do conceito de “cultura” permite que alguns estudiosos a definam também como Patrimônio Cultural. A exemplo disso recorro a Pelegrinni para tal conceituação:
"O significado de Patrimônio Cultural é muito amplo, incluindo outros produtos do sentir, do pensar e do agir humanos – inscrições de povos pré históricos (geralmente feitas em cavernas mas também em local a céu aberto) sítios arqueológicos, e objetos neles pesquisados, esculturas, pinturas, textos escritos (feitos á mão, as vezes exemplares únicos, ou impressos e portanto de reprodução mecânica mas que podem assumir importância especial) variadas peças de valor etnológico, arquivos e coleções bibliográficas, desenhos de sentido artístico ou cientifico, peças de estudos da ergologia de um povo ou de uma época, e assim por diante"
À medida que as sociedades evoluem, os conceitos de cultura vão tornando-se mais amplos e mais diversificados e isso se dá pelo mecanismo adaptativo.
Adquirir essa consciência que chamamos de “educação patrimonial” permitirá que a manutenção do patrimônio material e imaterial seja garantida em razão do processo contínuo do tempo e esta manutenção não privará as novas gerações de dados importantes para a compreensão dos fenômenos seculares ocorridos nas comunidades que possuem esta representação da sua própria história e cultura. Percebe-se que as evoluções sociais e culturais e as transformações sofridas nas sociedades modernas e até primitivas por conta de uma série de acontecimentos históricos, fizeram com que os legados, ou a memória coletiva, se tornassem transmissões culturais entre os seres, por meio de vínculos com o seu passado permitindo o resgate de nossa identidade.
À medida que a manutenção das características é repassada do passado para o futuro sem sofrer nenhuma interferência ou alteração, os valores culturais são mantidos. Por isso é tão importante garantir a conservação destas marcas do nosso passado, dando crédito e apoio à revitalização de patrimônios ou o resgate destes legados culturais que no início do texto chamamos de “cultura”. Se bem realizadas, essas ações de cuidado ao patrimônio cultural material e imaterial permitem aguçar a memória coletiva e esta, segundo Barreto “desencadeia, o processo de identificação do cidadão com sua história e sua cultura.” Isso tudo em meio à globalização e à aculturação que sofremos cotidianamente, seja por meio do turismo ou das classes superiores da nossa sociedade que ditam o que é ou não tido como tradição, é muito importante para a auto-afirmação de nossa identidade étnica, religiosa, folclórica e cultural.
REFERÊNCIAS Á SEREM CONSULTADAS:
ARANTES, Antônio Augusto. O que é Cultura Popular? São Paulo: Brasiliense, 2004.
PELLEGRINI FILHO, Américo. Ecologia, Cultura e Turismo. 2ed.. Campinas: Papirus, 2000.BARRETTO, Margarita. Turismo e legado cultural. Campinas: Papirus, 2000. 95.p
*Ana Carla Nunes é Graduada em Turismo pela Faculdade da Cidade do Salvador (2008). é Pós Graduanda em Docência do Ensino Superior pela Faculdade da Cidade do Salvador (2009). É aluna Especial do Mestrado em Ciências Sociais na Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Contato: acnpereira@hotmail.com
Fonte: Festas Populares da Bahia
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