Viagem rumo aos lucros

Copa, Olimpíada e economia dinâmica apontam cenário favorável ao turismo do país

Depois de um primeiro semestre de crise internacional, gripe suína e alta do dólar, os profissionais de turismo viveram um final de ano animador. O setor voltou a crescer e a estimativa é um faturamento de R$ 6 bilhões em 2009, desempenho equivalente ao do ano anterior. “Os voos para os Estados Unidos, por exemplo, já estão lotados”, diz Leonel Rossi Junior, diretor da Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav). O reaquecimento do setor abre oportunidades de negócios. Conheça quatro segmentos em alta:

AGÊNCIAS
As agências deverão crescer em média 10% em 2010, prevê Leonel Rossi Junior, diretor da Abav. “A economia entrou nos eixos e a distribuição de renda incentiva o turismo e o lazer”, diz. O dirigente avisa a quem pretende ingressar na área: é necessário ter experiência. Uma agência de médio porte, com cerca de 15 funcionários, exige investimento inicial de R$ 500 mil e capital de giro de R$ 300 mil. Pequenas e médias empresas predominam no setor, representando 92% do total.

NICHOS
“Existem mercados para todos os públicos”, afirma Rossi Junior. O turismo para a terceira idade, os que buscam aventura e o público homossexual estão em alta. “O mais importante é oferecer qualidade”, diz. Natalia Frigo, sócia-diretora da agência DeLudy, voltada para o público gay, está satisfeita com os resultados iniciais do seu negócio. A agência foi inaugurada em agosto com um investimento de R$ 15 mil e no primeiro mês faturou R$ 80 mil. O mais importante para se dar bem nesse mercado é ter comprometimento e identificação com o público, além de muito profissionalismo, afirma a empresária.

AVENTURA
A combinação de natureza com atividades radicais gera negócios de R$ 490 milhões por ano, de acordo com a  Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta). Há 1.600 operadoras do gênero no país. Para Sergio Franco, diretor da Adventure Sports Fair, balonismo, paragliding, paraquedismo e asa-delta são as categorias mais promissoras, com crescimento de 20% ao ano. A procura por paraquedismo aumenta 10% ao ano desde 2000, de acordo com o presidente da Federação Brasileira de Paraquedismo, Francisco Leite de Carvalho. Em Boituva, principal centro do esporte em São Paulo, há 300 saltos duplos por fim de semana.

HOSPEDAGEM
O setor vive uma euforia desde a confirmação de que a Copa do Mundo de Futebol e a Olimpíada serão realizadas no Brasil. O diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em São Paulo, Bruno Omori, afirma que a vinda de estrangeiros em grande número abre espaço para hotéis-butiques, com design e serviços exclusivos. O grupo Accor investiu US$ 34 milhões na primeira unidade latino-americana desse segmento, a Pullman, na Argentina. O Brasil deve ser um dos próximos destinos da rede. A ascensão das classes C e D, que representa 58,5% dos clientes potenciais do turismo doméstico, aumenta o movimento das pousadas. Para o consultor Roberto Miranda, da R. Miranda Formação Profissional, a quantidade de pequenos estabelecimentos com atendimento caseiro, internet sem fio e TVs de alta definição deve aumentar. Uma pousada padrão de 20 apartamentos exige investimento inicial de R$ 1,5 milhão, calcula Miranda.

Fonte: Revista PEGN